terça-feira, 17 de maio de 2011

QUINOA - Nutrindo uns e desnutrindo outros

Comumente confundida como grão, na verdade a quinoa é uma semente de uma planta da subfamília Chenopodioideae. Ganhou popularidade nos últimos anos, mas é há séculos conhecida e consumida nos  Andes antes da colonização espanhola. O alto valor nutritivo da quinoa despertou interesse mundial (até a Nasa já a estudou para a alimentação dos astronautas).



O consumo aumentou e o valor no mercado também. O problema é que o preço aumentou de tal forma que a população local está deixando de consumir a nutritiva semente e optando por alimentos processados e industrializados e bem mais baratos. Na Bolívia, 1 kg de quinoa custa o equivalente a US$4,85 nos supermercados. Já a mesma quantidade de macarrão custa US$1,20 e de arroz US$1,00 - opções bem menos nutritivas. O governo local já se preocupa e começa a tomar providencias.

Isso me fez pensar no que pode estar acontecendo por aqui, terra brasilis. Lembrei imediatamente de dois produtos nacionais que estão fazendo muito sucesso. O Açaí e a Castanha do Pará Brasil.


 O açaí virou a frutinha sensação por conta da alta concentração de  vitaminas e minerais e potentes antioxidantes com promessas de prevenir doenças e adiar o envelhecimento, além de ser altamente energético.  Em Nova Iorque virou um must. Extratos concentrados, cápsulas, sucos, águas flavorizadas estão por toda a parte. Em Paris já tem cosmético antiruga a base de açaí. Mas como será que ficou o preço do açaí? Como anda o consumo de açaí na própria região norte onde é produzido?
Em um artigo de 2007, Rodolfo Salm, Doutor em  Ciências Ambientais e pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi já falava da alta de preços do açaí em Belém. Para ler na íntegra, segue o link.  http://titaferreira.multiply.com/recipes/item/52/52

E a castanha do Pará? Quem aí nunca ouviu uma nutricionista dizendo que comer 1 unidade de castanha do pará por dia fornece toda a quantidade de selênio necessária além de ser fonte das gorduras boas?  Até pouco tempo atrás, a única castanha que a gente comia era de caju (pelo menos nós aqui do sudeste).

Será que daqui a pouco a gente também não vai mais conseguir comprar açaí e castanha do pará?

Beijos,


Fonte: Planeta Terra (abril 2011) e  Embrapa.

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